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Mostrando postagens de setembro, 2015

Laços e Lutos

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Sobre dores solitárias (Teresa Gouvea) E, nos dias de dor tamanha, por favor, me dê apenas ouvidos, não fale das suas dores, não fale das notícias, não fale do mundo lá fora, não me traga receitas para dores únicas, me empreste seus ouvidos para a escuta, seu coração generoso para estacionar os relógios, me convide para um café, puxe uma cadeira confortável, me sirva tempo e atenção... os dias passaram, quase todo mundo foi embora, fiquei só, o lugar vago permaneceu apenas no meu quintal, sim, as pessoas voltaram para suas miudezas cotidianas, ainda não sabem dessas saudades particulares, despedidas lentas, dias silenciosos, noites insones... (Teresa Gouvea)

Com Medo de Ser Feliz

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5 de agosto de 2012 por Flávio Gikovate O encontro amoroso pleno é o sonho da maioria das pessoas que tenho conhecido. E como são poucas as que chegam lá! Será por coincidência? Seriam as dificuldades externas – obstáculos de todo tipo – que impediriam a realização do amor? Não acredito em nada disso. Penso que existe um “fator antiamor” presente em nossa mente. Trata-se do medo, que é derivado de várias fontes. A mais óbvia delas é a relacionada com a dependência. Sim, porque é absolutamente impossível amar sem depender, sem ficar na mão do ser amado. Se ele fizer mau uso disso, acabará nos impondo grande sofrimento e dor. É por isso que muitas pessoas preferem renunciar à entrega amorosa. Preferem ser amadas em vez de amar. Pode parecer esperteza, mas na realidade é covardia. Além da dependência, há vários medos relacionados à experiência do amor. Vou me dedicar a mais um, talvez mais importante que os outros. É o medo da felicidade. Nada faz uma pessoa tão feliz quanto a r

Vivenciar um luto profundo por muito tempo é sinal de transtorno?

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Anne Schomaker exibe foto dela com seu marido, em Nova York foto de  Karsten Moran/The New York Times fonte: The New York Times Ela cuidou do marido durante os últimos oito anos da vida dele, quando ficou cego, teve câncer e problemas cardíacos. Depois que ele morreu em 2002, ela vendeu a casa em Long Island que os dois dividiam e tanto amavam, pois o lugar guardava muitas memórias. Depois disso, se mudou para sua casa de campo, no interior de Nova York. Os amigos acharam que Anne Schomaker estava lidando bem com a perda, recorda. "Eu fazia trabalho voluntário, pra sair de casa e fazer alguma coisa, para preencher as lacunas. Eu tinha muitos interesses". Ela viajou e até tentou encontrar um novo namorado. "Mas eu não estava nada bem", afirmou Anne, de 73 anos. "Tinha surtos terríveis de tristeza e desânimo. Sentia muita saudade do meu marido." Mesmo depois de fazer terapia, o que ajudou um pouco, ela tinha pesadelos e não suportava ouvir as

Mães em luto

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Saiu o livro  Mães em Luto!  O livro   é fruto do trabalho de pesquisa e de extensão das Professoras Doutoras Maria Virginia Filomena Cremasco e Joanneliese de Lucas Freitas junto aos alunos de graduação e pós-graduação do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Paraná com a participação e a colaboração da comunidade, por intermédio do grupo de ajuda mútua “Amigos Solidários na Dor do Luto”. O estudo desvela as facetas da realidade do luto materno, seus tabus e novas possibilidades de sentido que podem inesperadamente se abrir diante de tamanha dor. A obra apresenta a experiência do luto materno a partir do olhar da psicanálise e da psicologia fenomenológico-existencial. São dois olhares que, apesar de diferentes, contribuem de forma suplementar para a compreensão de um fenômeno tão complexo. Este trabalho abre espaço para que o sofrimento das mães em luto possa ser ouvido onde a morte e o luto são considerados como um tabu. Refletir sobre o enlutamento é não