Elaboração de Luto Exige Ritos de Passagem
As elaborações de lutos - em casos de mortes - não podem ser consideradas completas sem os rituais fúnebres. Essas celebrações, além de possibilitar contatos afetivos e de conforto entre parentes, apresentam simbologias que pretendem concretizar o ocorrido. '' Em todas sociedades existem ritos e mitos sobre a morte pois ela implica tomada de providencias práticas e a reordenação sociais. Existem também questões lógicas que os rituais tem de resolver. Mas como pode um ser pensante pensar o não-pensamento? Um alguém pensar o ninguém, o nada que a morte representa. Essa angustia lógica é superada pelos rituais'', argumenta José Carlos Rodrigues, da PUC - RJ. Segundo Maria Helena Bronberg, da PUC - SP. '' a morte é um grande desorganizador cultural; e a cultura encontra respostas para ela por meios dos rituais, que juntam as pessoas, dão uma condição segura para expressão dos afetos e ajudam no processo de construção do significado. Se houver dois indivíduos em uma ilhota do pacífico e um deles morrer, haverá um ritual '', afirma. Os rituais fúnebres - e a elaboração do luto em si - sofrem mudanças de acordo com os processos econômico-sociais vividos pelas sociedades. A tendência hoje é fazer tudo depressa, o mais indolor possível, reduzindo-se a simbologia ao mínimo necessário. ''As pessoas, por exemplo não usam mais o preto para significar a morte, cor que tem função importante, pois comunica ao mundo uma situação especial vivida pela pessoa, que merece um tratamento diferente'', alerta Bronberg.'' Nossa cultura atual desqualifica os rituais e tira um pouco do seu valor. Isso tem conseqüências: as pessoas não conseguem fazer o processo de luto '', complementa Maria Julia kovács. Nos antigos ritos em casos de mortes familiares, as pessoas participavam do ritual, que eram eventos públicos. Hoje os rituais fúnebres tendem a ser ''escondidos muito mais secos e assépticos''. As principais tradições religiosas existentes no mundo - judaísmo, cristianismo, islamismo,budismo e hinduismo - possuem seus próprios rituais e explicações para a morte. ''O homem religioso é aquele que acha que veio de algum lugar e que vai para algum lugar. O espaço religioso é excelente para que a morte tenha voz e cada tradição transita isso de uma forma diferente. É comum a todas elas que a morte seja um rito de passagem; isso nenhuma nega '', observa Cristina Guarnieri, psicoterapeuta e mestre em ciências da religião pela PUC SP. Também a faixa etária influencia na forma como o ser humano enfrenta a morte: '' O adulto idoso pode pensar que triunfou sobre a morte, o adulto jovem tem algo semelhante à repulsa, pois isso não pertence ao momento dele'', avalia Bromberg. Infância e adolescência são as idades mais sensíveis, às quais se devem dispensar uma abordagem clara para a morte. O luto - e seu ritual - também pode ser coletivo quando a comoção por perdas mobiliza grandes massas. Uma pesquisa recente (*) apontou as cinco maiores tragédias brasileiras: a morte de Ayrton Senna (54,6%); suicídio de Getúlio Vargas (15,2%); rejeição da emenda das Diretas Já para Presidente da Republica, em 1984 (14,2%); morte de Tancredo Neves (10,7%);derrota pra o Uruguai na copa de 1950 (5,3%). Todos esses eventos foram seguidos de lutos: '' Isso acontece exclusivamente pelo simbólico. Pouquíssimos dos populares que se enlutaram por Getúlio Vargas e por Senna os conheceram pessoalmente. É a partir do que eles significam que se desencadeia o luto'', analisa Maria Helena Franco Bromberg, da PUC SP.
Em alguns casos - particularmente na morte de políticos e conflitos bélicos - o luto pode ter repercussões sociais. A morte dramática de Getúlio, por exemplo reverteu e adiou um processo de golpe de estado que só se efetivou uma década mais tarde. Tancredo Neves comoveu as massas reforçando o momento cívico no contexto da redemocratização do pais - A Nova Republica - após 20 anos de ditadura militar. No entanto o maior cortejo fúnebre já registrado no Brasil foi o do piloto de formula 1 Ayrton Senna, em 1994. Ayrton encarnava a figura de herói nacional. Outro luto esportivo que ainda hoje repercute foi a derrota da seleção brasileira de futebol na final da copa de 1950 - '' nossa maior catástrofe a nossa Hiroshima '' segundo epitáfio de Nelson Rodrigues. Jornal do CRP
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minha cara amiga esses vidios do padre marcelo, nossa muito lindo apesar da dor que estou sentindo com a perda da minha filha hoje tenho muitas licoes em relegioe que busco. Nao sou revoltada com deus sei que ele sabe de todas as coisas,mais com a medicina sei que deus deu aos sabios buscarem em si a inteligencia para que qualquer doenca as vezes podessem ser descoberta e nao foi isso que aconteceu com minha amada filha o medico nao detectou o cancer aonde podia nao ser curada que sei que deus e quem pode curar qualquer doenca. E ele tava tratando de outra coisa quando ela foi em outro proficional e deu o resultado do cancer.Busco sou muito religiosa e acredito muito em deus. Um beijo grande.
ResponderExcluirConsidero linda a filosofia budista. A vida verdadeira é quando nos tornamos as borboletas que são libertas do casulo.Nossos filhos são como borboletas, livres, infinitamente livres.
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