trecho do livro O Perfume de Eliana

por Alice Lanalice Tomando fôlego para começar 31 de janeiro de 2001. Faz hoje exatamente um ano que minha filha, Laninha, se foi. Prefiro dizer que ela se foi. Qualquer outra maneira de expressar esta tragédia parece ser mais dolorosa ainda. Escolhi justamente esse dia para iniciar a escrita do livro. Escrevo em memória de minha filha Eliana, que morreu em um acidente automobilístico, em Campinas (cidade do estado de São Paulo) e também para partilhar a angústia com aqueles que choram pela mesma dor. Foi um ano de grande dor, muitas perguntas, raríssimas respostas e algumas certezas. Não sei se esta é a melhor época para escrever sobre isto. Toda a emoção que ainda existe pode comprometer a real compreensão do momento. No entanto, se esperasse mais tempo, talvez não conseguisse dar voz aos sentimentos. O que importa saber se essa é a melhor época? Não sei tantas coisas. Não consegui entender essa morte e me conformar com o estrago que ela trouxe. Precisei a...