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Mostrando postagens de outubro, 2014

O adeus que ainda não dei

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por Leticia Maria-jornalista em Taubaté Amanhã espero ir ao cemitério fazer uma visitinha, levar flores e cantar baixinho Revertere ad Locum Tuum”, “Hodie mihi, cras tibi!”, “Fuimos quod estis, sumus quod eritis”. Quem nunca foi pego algum dia lendo atentamente essas e outras tantas frases esquisitas em latim escritas às portas dos nossos cemitérios? Eu, pelo menos, quando criança, ficava intrigada com elas sempre que acompanhava algum adulto num enterro qualquer. Acho que, como toda criança, me distraía com as peculiaridades daquele lugar diferente e cercado de mistérios, desde as fotografias dos túmulos até pelas histórias curiosas que eu ouvia. Quanto às frases, só me dava por satisfeita quando alguém, além de traduzi-las, me fazia refletir sobre o sentido da morte. E eu ficava lá, pensando… “Voltarás para o teu lugar”. “Hoje eu, amanhã tu.” “Fomos o que sois, somos o que sereis.” Finalmente, quando entendi o que era a morte de fato (lá pela adolescência, provavelmente, por

Meu amigo Bóris - Veronica Fukuda

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Tem horas em que a tristeza chega com tudo E parece mandar a alegria pra bem longe da gente... Será que um dia ela pode voltar? Meu amigo Bóris é um livro infantil, mas que também pode ser recomendado para todas as idades. O livro conta a história de uma menina que diante de um fato trágico, perde a alegria e a espontaneidade de viver. Bóris, o outro personagem deste livro é uma figura muito estranha que se aproxima da garota e conquista a sua amizade. As ilustrações  de Rosangela Grafetti são belíssimas e em detalhes sutis "contam" fatos não apresentados na história. Um livro que fala de amadurecimento, amizade e superação.  Vc pode encontrá-lo  Aqui locais de venda: Livrarias Curitiba: Rua das flores, shoppings Barigui, Palladium, Curitiba e Estação Livraria Arte e Letra R. Pres. Taunay, 130 - Batel, Curitiba - PR, 80420-180 Telefone: (41) 3223-5302 Livraria Navegadores R. Cel. Dulcídio, 540 - Batel, Curitiba - PR, 80420-170 Telefone: (41) 32
Coordeno no grupo Amigos Solidários na Dor do Luto, e hoje na nossa reunião, uma das colaboradoras me trouxe a gazeta com o texto, "depois do adeus a vida continua"' estou parabenizando pelo depoimento desta senhora sobre os duas dores e sentimento, da dor do luto e a dor da alma, e como lidar com a ausência, daquele ente querido... Com carinho....         Zelinda De Bona (coordenadora do grupo ASDL) Depois do adeus, a vida continua Mauricio tinha 15 quando morreu, durante as férias escolares. Nós, seus amigos, não pudemos vê-lo devido às circunstâncias da morte, em um acidente violento. Isso gerou em nós a sensação de que houve um desaparecimento, um sumiço. Nosso colega esvaneceu e quando as aulas recomeçaram, não estava mais lá. Durante anos lembrei dele como de alguém que está em algum lugar que desconheço e não de um falecido. Via seu melhor amigo, Mario, sozinho no colégio ou junto a outros garotos e me parecia que ele estava sempre deslocado. Talvez fosse

De mãos dadas

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Cultivar a união entre as pessoas e a confiança no outro pode ser a chave para um amanhã melhor para todos. Publicado em 01/12/2013 POR Lucas Tauil Freitas Edição 139 Vida Simples Desde que aportamos na Nova Zelândia, há um ano, não consigo desviar minha atenção das diferenças que separam essa ilha no Pacífico Sul do nosso Brasil. Durante a primeira semana aqui, depois de dois anos velejando por ilhas remotas e sem disponibilidade de peças de reposição, entrei em uma loja náutica com uma lista de equipamentos quebrados do Santa Paz, nosso veleiro. Tirei a carteira para pagar a conta salgada, mas o vendedor me explicou que os pagamentos eram faturados apenas no fim do mês. Perguntei quais documentos ele precisava para o cadastro. Então ele me acompanhou até a porta e disse: "seu nome é Lucas, não? A gente confia em você". Inabitada até o século 13, Aotearoa, como a chamam os nativos Maori, é uma nação mais jovem do que a nossa. A população polinésia rechaçou o pri

O exercício da paciência

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por Frei Beto O noviço indagou do mestre como exercitar a virtude da paciência. O mestre submeteu-o ao primeiro dos três exercícios: caminhar todas as manhãs pela floresta vizinha ao mosteiro. Disposto a conquistar a paciência e livrar-se da ansiedade que o escravizava – a ponto de ingerir alimentos quase sem mastigá-los, tratar os subalternos com aspereza, falar mais do que devia -, durante nove meses o noviço caminhou por escarpas íngremes, estreitas fendas entre árvores e cipós, pântanos perigosos, enfrentando toda sorte de insetos peçonhentos e bichos venenosos. Nove meses depois o mestre o chamou. Deu-lhe o segundo exercício: encher um tonel de água e carregá-lo nos braços todas as manhãs, ao longo dos cinco quilômetros que separavam o rio da fonte que abastecia o mosteiro. O noviço tampouco compreendeu o segundo exercício mas, julgando a sua desconfiança sintoma de impaciência, resignadamente aplicou-se à tarefa ao longo de nove meses. Chegou o dia do terceiro e últi