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Mostrando postagens de janeiro, 2012
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Como a vida é delicada, frágil!... os segundos que se substituem não se repetem e o instante que vem pode transformar toda uma história em pedaços de lágrimas, onde o chão parece desaparecer sob os pés e o coração fica tão dolorido que parece que nunca vai encontrar remédio para curar-se. Ninguém gosta de falar sobre perdas, alguns evitam até  pensar, mas todos temos que, um dia ou outro, enfrentar. Quando pensamos na vida, não queremos pensar nas possibilidades das perdas, que nos fazem sofrer antecipada e inutilmente. Lidamos com a morte como se fosse o contrário da vida, como se fossem duas coisas distintas. Na verdade a morte faz parte da vida, mas é difícil aceitar isso! Viver o luto é vivenciar a dor e a partida e aprender a continuar a viver. Talvez seja justamente isso o mais difícil: viver depois, reencontrar a alegria, o gosto, reaprender a olhar o belo e desejá-lo. Algumas pessoas desenvolvem um sentimento de culpabilidade em aceitar novamente o presente da v
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O SENTIMENTO DE LUTO. "DEPRESSÃO É O ÓDIO À PERDA". Perdas.  O luto é uma reação normal, fisiológica, psicológica, com começo, meio e fim. Quando perdemos alguém que se ama, passamos por um estado de muita dor psíquica: revolta natural, raiva, ódio e dizemos: porque fizeram isto conosco, porque Deus tirou a vida da pessoa, enfim, interpretamos a perda como um fato contra nós. Essa atitude é de negação, de recusa a não reconhecer que a morte se impõe como realidade, não é contra ninguém. Do mesmo modo reagimos com indignação quando vemos que alguns dos nossos desejos, projetos, sonhos, não se realizam. Viver nossos lutos é ter humildade para perder, para sobreviver essa dolorosa experiência: daí o luto ter um tempo adequado para nos refazermos do trauma. Como isso pode ser possível? Chorando, entristecendo e lembrando das situações boas que passamos com a pessoa que se foi, assim como nos acostumando que uma saída para fazer o luto é ter a pessoa dentro de nós. Só se

MINIMAMENTE FELIZ

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A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Na vida real, o que existe é uma feli...cidade homeopática, distribuída em conta-gotas.  Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, uma pessoa que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir...  São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.  'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.  Alguns crescem esperando a felicidade com letras maiúsculas e na primeira pessoa do plural, mas caros amigos,
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COMPREENDER A MORTE Compreender a morte é um processo contínuo. Considerar o assunto pode ser um grande passo para quem deseja fazer as pazes com a vida. Enclausurados em nossa forma de contar o tempo e de perceber o espaço, ficamos limitados às nossas percepções – por vezes tão limitadas – das verdades com as quais convivemos. Nossa atitude em relação ao assunto baseia-se em nossas crenças mais profundas. Para alguns, ela representa uma passagem; para outros, um destino final. A continuação versus o fim. Com tantas interpretações e crenças sobre o mesmo fato, muitos acabam tateando em meio à confusão em seus momentos mais difíceis. Decidi abordar o tema por acreditar que pessoas sensatas podem se beneficiar dialogando sobre qualquer assunto – inclusive sobre a morte. Considero-me como o viajante que se orienta pela lua enquanto aguarda o amanhecer. Acredito que mesmo na noite mais escura a jornada é mais agradável quando se viaja em boa companhia. Além disso, amigos que partici
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AFLIÇÕES No íntimo de todas as criaturas existe o desejo de ser feliz e de afastar os sofrimentos. Ninguém gosta de sofrer. No entanto, Jesus cristo nos disse: “no mundo só tereis aflições.” São variadas as causas das aflições. Podemos, para melhor compreensão, separá-las entre as que têm origem em nossa intimidade e aquelas próprias da natureza em que vivemos. Assim temos várias dores que somente têm a ver com o mundo em que nos encontramos. Por exemplo, a dor causada pelo nascimento do siso, o último dos molares, é um impositivo da biologia humana. A dor pela picada de um mosquito ou de uma agulha, da mesma forma. São dores próprias de um mundo material. São dores comuns a que estão sujeitos os seres que habitam o planeta. O sofrimento faz parte de nossa vida, uma vez que em tudo existe a necessidade de ação. Nossa mente pensa, nossa vontade almeja. Mas o corpo precisa executar. Toda vez que desejamos alguma coisa, quando aspiramos algo, a necessidade de trabal
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RECOMEÇAR Se não tivessemos emoções ou sentimentos todos seríamos livres da dor... não teriamos ilusões, ansiedades, medos e mágoas, só existiria em nós a lógica... Seria isso bom? Não sei se seria... Acredito que devemo-nos empenhar em viver com qualidade de Vida e dar, na medida das nossas possibilidades, o que de bom temos.        Para muitos dos pais o tempo é de sofrimento e o processo de reconciliação com a Vida é ainda longo e doloroso. Há que alcançar a esperança para que a alegria saudável volte ao seu interior e brilhe nos seus olhos. Recomeçar!         O meu pensamento não é uma lei, não é uma certeza, é o meu sentir, a minha experiência perante a minha vivência de muitos anos de luto. Perdura em mim o ausente e isso, de certa maneira, conforta-me porque permanentemente esse filho me acompanha.        Agarro-me a todos os bens que ele me deixou: a sua bondade, alegria e força. A beleza que irradiava, as suas palavras inocentes mas tão sábias, a despedida feita