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Mostrando postagens de fevereiro, 2012
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Elegia do amigo morto “Foram-se os bons, os ternos, os belos, mas eu não me conformo”, foi o que, citando livremente, lembro-me que disse que uma poeta americana, Sarah Teasdale, que estudei nos tempos da faculdade. Recentemente foi reeditado um livro meu sobre o assunto, O Lado Fatal, e comecei a receber e-mails de leitores que passaram por essa dura, incompreensível experiência: alguém que amamos, ou conhecíamos, deixou de existir. Não ouviremos seu passo no corredor, sua voz ao telefone, não teremos longas conversas, não nos reuniremos em grupos de amigos, não contaremos façanhas ou fofocas ou queixas, não trocaremos e-mails. O endereço eletrônico inútil ainda nos espreita no computador, o que fazer? Deletar como se a gente deletasse uma vida?   Esta coluna é uma homenagem, não só a um velho amigo que se foi recentemente, como todas as pessoas queridas que perdi. Homenagens não trazem ninguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos, a curtir mais, e melhor o que temos
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A MORTE DE UM FILHO DEIXA UMA DOR ETERNA Opinião é do psicanalista Jorge Forbes para a psicóloga especialista em luto.  "Muitas mães nessa situação se culpam por continuar vivendo". Laura Diniz. Vazio absoluto. Um nada sem chão, teto ou paredes. Mais que um poço fundo, o fundo sem o poço. A falta de ar. O desespero. A desesperança. Irracional, ilógico, inaceitável. As palavras e imagens mais fortes não são capazes de definir, na opinião de especialistas ouvidos pelo Estado, o luto de uma mãe que perde um filho.  “A morte de um filho deixa cicatriz indelével, uma dor eterna”, explicou o psicanalista e psiquiatra Jorge Forbes, presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana.  “É a pior situação humana, não há perda maior. Não tem nada de simbólico para a pessoa a elaborar essa perda. Você morre junto mesmo!” A empresária Elizabeth Cabral, de 54 anos, fundadora da ONG Dor de Mãe, disse que, provavelmente, a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 24, ainda não

Abraço de filho

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Abraço de filho deveria ser receitado por médico . Há um poder de cura no abraço que ainda desconhecemos. Abraço cura ódio. Abraço cura ressentimento. Cura cansaço. Cura tristeza. Quando abraçamos soltamos amarras. Perdemos por instantes as coisas que nos têm feito perder a calma, a paz, a alma... Quando abraçamos baixamos defesas e permitimos que o outro se aproxime do nosso coração. Os braços se abrem e os corações se aconchegam de uma forma única . E nada como o abraço de um filho... Abraço de  Eu amo você.  Abraço de  Que bom que você está aqui .  Abraço de  Ajude-me . Abraço  de urso .  Abraço de  Até breve .  Abraço de  Que saudade! Quando abraçamos ,  a felicidade nos visita por alguns segundos e não temos vontade de soltar. Quando abraçamos somos mais do que dois, somos família, somos planos, somos sonhos possíveis. E abraço de filho deveria, sim, ser receitado por médico   pois rejuvenesce a alma e o corpo. Estudos já mostram, com clareza, os bene

COMO LIDAR COM A MORTE DE UM ENTE QUERIDO

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Lidar com a morte tem sido uma das coisas mais difíceis de fazer. Provavelmente não é o que você costuma ver em um tutorial. E com certeza não é tão fácil quanto contar 1-2-3. Assim como as pessoas variam, os tipos e as circunstâncias de morte variam. A única coisa que sabemos com certeza é que vamos todos morrer. Perdi minha irmã em 1984, e meu pai em 1989, para o câncer. Foi difícil deixá-los ir, e eu sinto sua falta terrivelmente. Mas 2004, o ano em que meu irmão e sete pessoas ligadas ao meu escritório morreram, foi meu momento mais difícil. Na verdade não há muito que se possa fazer para aliviar a dor da morte, mas essas dicas talvez façam enfrentar a morte de um ente querido com um pouco mais de facilidade. •    Algumas pessoas não sabem o que dizer a uma pessoa de luto. As pessoas reagem à morte de formas diferentes. Às vezes as pessoas falam muito, ou pouco, ou simplesmente dizem coisas erradas. Às vezes, quando uma criança morre, dizem aos pais de luto que eles podem t

Como superar a dor de uma perda

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Após um choque como o que viveu Cissa Guimarães é difícil continuar, mas não impossível. Aprenda a viver o luto sem deixar que ele te derrube Publicado em 16/08/2010 Roberta Cerasoli Não é verdade! Por que comigo? Tudo me lembra ele. Quem já perdeu alguém querido sabe que essas ideias passam pela cabeça. Cada uma num momento: negação, revolta e desespero, esperança. Cissa Guimarães está na fase do choque. "Vou voltar a ser feliz", prometeu a atriz no programa Fantástico do dia 8. Depois de perder o filho Rafael, de 18 anos, atropelado no dia 20 de julho, a atriz reconhece que o luto é necessário. "Essa dor é para ser vivida, não ignorada", afirma Maria Helena Pereira Franco, fundadora e coordenadora do Laboratório de Estudos e Intervenções sobre o Luto, da PUC-SP. Ninguém está dizendo que é fácil, que a tristeza tem prazo para acabar ou que tudo vai ser como antes. "A dor isola a pessoa", diz a pedagoga Alice Lanalice, fundadora da Associaçã

LIDANDO COM O LUTO

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"Superar não é esquecer. Significa aceitar e continuar a viver". A morte está presente na vida de todos nós, para alguns mais cedo, para outros, de modo mais trágico, e para os privilegiados, de forma a corresponder com os grandes ciclos naturais da vida. Embora parte da vida, a morte é vista em nossa sociedade como algo a ser evitado, postergado, como se morrer fosse adversário do processo de viver. Essa visão se baseia em três princípios. Primeiramente, quando se está na vida, é preciso encontrar forças para lutar por ela e a morte elimina qualquer possibilidade de continuidade dentro da mesma perspectiva de antes. Pode-se falar, é claro, da continuidade espiritual, da prevalência das memórias que mantêm viva uma pessoa que se foi. Mas o fato é que a morte interrompe um processo, modificando as possibilidades e os rumos dos envolvidos. Por isso, a batalha entre pulsão de vida e pulsão de morte, coloca muitas vezes as duas em extremidades opostas, apesar da morte estar
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"Somos preparados para enterrar nossos pais, não nossos filhos" Mônica Dirane Reis, 35 anos, dona de casa, perdeu o filho Pedro Paulo, 4, de câncer, em 1997 "Um dia Pedro Paulo caiu e cortou o lábio. No hospital, o médico notou um caroço em seu abdômen: era câncer. Eu não podia entender. Pedro nunca se queixara de dor. Ele começou a fazer quimioterapia, mas outros tumores foram aparecendo, tudo em 11 meses. Nossa casa vivia cheia de gente de todas as religiões orando por ele. Antes de deitar ele dizia: - Jesus, me cura!. O tempo todo achei que meu filho ia sobreviver. Um dia antes a médica me disse que não tinha mais jeito. Perto de 23h, sua respiração estava ruim. Fiquei sozinha com ele no quarto. Estava inconsciente, mas eu tinha certeza de que podia me ouvir. Coloquei a mão sobre seu coração e disse: 'Meu filho, vá em paz e prometo que a mamãe vai ficar bem'. Depois de 15 minutos ele faleceu. Então desmoronei. Durante a doença era difícil eu chor
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AJUDANDO A CRIANÇA A LIDAR COM A MORTE Esse é o título de uma página publicada pelo site  Day Care . Veja um trecho:  "A idéia de que a criança não está emocionalmente preparada para receber uma notícia de morte reside na dificuldade dos próprios adultos em aceitá-la. A intenção de protegê-la do sofrimento faz com que muitos adultos optem por adiar o assunto sobre a morte de um amigo ou familiar querido" . Alguns acreditam que devem esperar o " momento certo " para dar a notícia à criança, quando o certo é não esperar. É importante lembrar que o simples fato de não conversar com a criança sobre a morte não pode afastá-la de sua vida. Por mais dolorosa que seja a verdade, nada pode ser mais prejudicial à criança do que a mais doce das mentiras. Quando percebe algo diferente no comportamento dos adultos e não compreende o que está acontecendo, a criança tende a fantasiar a realidade ou pode tirar suas dúvidas com pessoas que tenham uma visão diferente daquela que
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Maria Helena Bromberg Morte não é castigo A psicóloga Maria Helena Bromberg desvenda os tipos de perdas e diz que a cultura ocidental estimula a idéia do fim da vida como punição JANETE LEÃO FERRAZ Primeira brasileira a tornar-se mestra e doutora em psicoterapia de pessoas enlutadas, a psicóloga Maria Helena Bromberg, 48 anos, até há pouco tempo era vista por pacientes e até colegas como uma espécie de "Mortícia Adams". Ela se dedica há uma década à pesquisa sobre a morte e suas consequências nos vivos. Professora da disciplina Luto e Morte na Família e orientadora do pós-graduação de Psicologia da PUC de São Paulo, ela dirigiu a clínica Ana Maria Popovic, também da PUC, onde criou o Laboratório de Estudos e Intervenções Sobre o Luto (LELu). Para ela, não é somente a morte que causa a dor do luto. "Nos enlutamos diante de pequenas perdas ao longo da vida, a começar pelo desmame de nossa mãe", explica. Maria Helena é discípula do