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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

A enfermaria entre a vida e a morte

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Lá, eles respeitam o tempo de morrer. Lá, cuidar é mais importante que curar. Lá, todos os dias eles respondem: prolongar a vida ou aceitar o fim?  por Eliane Brum De repente, João Barbosa de Lima começou a rir às gargalhadas. Seu corpo devastado pelo câncer se sacudia todo na cama de hospital. Depois de meses sem um sorriso, o iceberg que comprimia seu riso se desprendia dele. “Essa doença me deixou de um jeito que filho me beijava, neto me beijava, mulher me beijava e eu não conseguia sorrir. Estava trancado por dentro”, diz. “Então, meu filho imitou o Costinha, vejam só, o Costinha, e destrancou meu riso.” Banal assim. Grande assim. Daquele dia em diante, João ria sozinho. Puxava um lenço encarnado para enxugar os olhos. E continuou rindo quando foi para casa. E nem queria rir tanto porque lhe doía por dentro. Mas não conseguia mais segurar. João sabia que morreria, mas tinha descoberto também o que o fazia viver. A família ao redor, esse riso à toa, a mulher de uma vida, a

Lutos mal elaborados também matam - ELIANE BRUM

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ebrum@edglobo.com.br   Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de  Coluna Prestes – O Avesso da Lenda  (Artes e Ofícios),  A Vida Que Ninguém Vê  (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e  O Olho da Rua  (Globo). REvista Época Nesta semana, publiquei uma reportagem na revista impressa chamada “ O filho possível ”. Eu e o fotógrafo Marcelo Min contamos a história – e as histórias – de uma UTI neonatal  que também cuida dos pais. A Divisão de Neonatologia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), da Universidade de Campinas (Unicamp), é talvez o único berçário do Brasil que pratica os cuidados paliativos. Como toda unidade neonatal, trabalha com algo ao mesmo tempo terrível e delicado: a morte de quem acabou de nascer. O fim abrupto de uma vida que existia no imenso desejo dos pais – e que não teve tempo de se realizar. Na maioria das unidades neonatais do p

Leitura recomendada Princesa Izabel - A Redentora

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Este é o 6o livro da amiga escritora Ivete Gualberto . Segundo a autora foi a vontade de Deus trazer `a tona a vida santa e oculta de uma princesa que tanto lutou pelo Brasil e está em "estudo e processo" de beatificação, desde dezembro de 2011 por D. Orani Tempesta. "Escrevi este livro a pedido de minha amiga Izabel Leme Perin, a qual confiou em mim, para que eu pudesse levar a bom termo, o seu sonho, que sem sombra de dúvida, foi uma revelação magnífica de Deus. E transforma r o seu sonho em um belíssimo e inédito livro." Ivete Gualberto Recomendo a leitura, todos devem conhecer as virtudes e a fé da princesa Izabel, sua beatificação é sem dúvida é o reconhecimento de toda sua vida dedicada a santidade. Gostaria que vocês ajudassem na divulgação e apoio a esta causa, compartilhando esta postagem. Para maiores informações segue o contato pessoal da escritora: Ivete Gualberto (41) 9569-3362

Depoimento sobre luto compartilhado

  Letícia Murta, jornalista   Sempre fui muito ativa nas redes sociais e compartilhei muito de minha vida pessoal, incluindo a minha gravidez. Quando meu filho morreu, um dia antes da data prevista para seu parto, foi automático que eu continuasse usando os canais para expressar minha dor. Chorei virtualmente, numa tentativa desesperada de tapar o buraco que havia sido aberto. Isso permitiu que muitas pessoas me procurassem para prestar solidariedade.    Eu recebia mensagens de gente que nunca tinha ouvido falar de mim, mas que viu o amigo compartilhando um status meu na rede e queriam passar sua palavra e, muitas vezes, sua experiência diante da dor da morte. Foram pessoas que não conheço e que me ajudaram, de certa forma, pois me indicaram caminhos para descobrir sobre a doença que ocasionou a morte do meu filho, a trombofilia, e a ter esperança de um tratamento que me permitisse gestar um filho de forma saudável.    Acabei participando de vários grupos de mulheres