Solidão

Fronteiras da solidão: os lados bom e ruim

fonte: gazeta do povo/trecho do caderno Viver bem 12.07.2015
 
Estar sozinho é essencial para o autoconhecimento. Então por que nos apegamos tanto ao medo de ficar só? O Viver Bem traz uma reflexão sobre o tema






Tempo para pensar durante  o luto

O senso comum diz que é preciso “chegar ao fundo do poço” para enxergar luz. Assim Rosangela Cassiano, de 49 anos, vê um momento solitário da sua vida, uma época em que ela se isolou e não quis ver ninguém. Foi pouco depois da morte do filho, em 2004, em um acidente de trânsito. Era a primeira vez que lidava com o luto, e ela sentia que as pessoas não tinham nada a dizer.
“Tudo o que elas falavam era para me calar. E eu queria chorar”, lembra-se. Hoje Rosangela vê esse período a sós com os próprios pensamentos como um mergulho difícil, mas essencial para enfrentar a situação. O que é surpreendente, visto que todos os pensamentos eram negativos. “Eu ruminava e só vinham coisas ruins. Era autodestrutivo”.
Até que ela começou a organizar as ideias. Sozinha, passou a conversar consigo mesma. “Uma coisa que aprendi é a escrever, fazer listas do que faz bem e do que poderia me deixar melhor”, diz. “A princípio veem mil coisas ruins para duas, três boas. Aprendi a focar nas boas, mesmo sendo poucas. Começava a construir, a viajar”.
Hoje coach de pessoas enlutadas em São Paulo, ela está acostumada a mostrar os dois lados da moeda para quem a procura. Foi o caso da mulher que contou ter medo de ficar sozinha em casa depois que o filho mudasse de país. “Perguntei a ela o que faria sozinha em casa. Ela começou a pensar em coisas como viajar, em hobbies que a interessavam e que não fazia porque estava sempre centrada no filho”.

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