“O panegírico do físico”- um outro olhar sobre a morte

Muitos perderam pessoas. Há dor, saudade e um momento terrível demais para ser encarado. Palavras parecem falhar. A fé parece desafiar, mas muitos conseguem consolo nela. Mas nem todos são crentes. O que fazer quando a pessoa não crê? Convertê-la não é uma opção.  Nesse caso, que tal optar pela ciência? Sim, a ciência.
Há na internet um texto que considero extremamente significativo, chamado “A Physicist Eulogy”, que pode ser traduzido como “O panegírico do físico”. Panegírico é a prédica de um funeral ou velório, em que se fala das qualidades da pessoa que partiu, lembram suas histórias, dão testemunhos sobre sua vida. O texto foi escrito por um jornalista (ateu) chamado Aaron Freeman. Encontrei essa tradução, mas posto uma foto com o texto original abaixo.

“Peça a um físico que fale no seu funeral. O físico explicará à sua família a lei da conservação de energia, para assim a sua família perceber que a sua energia não morreu. O físico irá lembrar à sua chorosa mãe que, segundo a 1ª lei da termodinâmica, nenhuma energia é criada no Universo e nenhuma energia é destruída. Sua mãe vai querer saber que toda a sua energia permanece presente, está agora espalhada pelo mundo, e está a rodeá-la. O físico também dirá ao seu pai consternado pai que de entre toda a energia do cosmos, vocês deram tanta energia como receberam do cosmos.
E a certo ponto, o físico irá descer do pódio, dirigir-se a sua mulher/marido e dizer-lhe que todos os fótons que alguma vez refletiram no seu rosto, todas as partículas que alguma vez foram interrompidas pelo seu sorriso, pelo toque no seu cabelo… centenas de trilhões de partículas que tocaram durante a vossa vida… todas elas correram como se fossem crianças, e os caminhos delas foram para sempre desviados por vocês. E o físico ainda dará a saber que todos os fótons que refletiram em vocês foram recolhidos por detectores de partículas chamados olhos; foram recolhidos pelos olhos de sua mulher/marido. Esses fótons criaram constelações de neurônios carregados eletricamente no cérebro da sua mulher/marido. E esses fótons, que originalmente partiram de vocês, continuarão para sempre.
Você pode ter esperança que sua família faça como os cientistas: medir a energia de forma precisa. Seus familiares só precisarão examinar as evidências para ficarem satisfeitos por a ciência ser sólida, e sentirem-se reconfortados por sua energia continuar a fazer parte do Universo. De acordo com a lei da conservação de energia, não se perde nem sequer uma pequenina parte de vocês; simplesmente deixaram de estar tão organizados.”

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