Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos… Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era...
Como estudioso do luto, eu preciso discordar da nossa Zelinda. O próprio Colin Parkes, quando esteve na USP há alguns anos, para falar sobre o processo do luto em suas muitas dimensões, afirmou que os profissionais da área de saúde deveriam tomar muito cuidado no aconselhamento, sobretudo com respeito ao ato de chorar.
ResponderExcluirTranscrevo o que está registrado no Jornal da USP, Ano XX, nº 724, de 9 a 15 de maio de 2005, dito pelo próprio Colin M. Parkes:
"NÓS NÃO DEVEMOS DIZER: ‘você tem que chorar’, ou ‘você tem que fazer isso ou aquilo’. O que quer que a pessoa sinta tem que ser colocado para fora, e isso será terapêutico."
A pessoa não TEM que falar da dor da perda e não TEM que chorar. Ao contrário, o que for experimentado no mundo íntimo, isto sim, deve ser extravasado, incluindo a raiva, a ira,etc. Somente com essa demanda é que o processo será, sem contradita, eminentemente terapêutico.
Espero que vocês entendam a linha tênue que divide os dois discursos, uma vez que ela faz toda a diferença.
Abraço,
Rodrigo Luz
Clínica do Luto - PE
Olá, querida Zelinda! Esse texto é muito instrutivo, realmente o luto tem essas fases, e é muito importante contar com amigos, familiares e até ajuda de profissionais, para que cada fase possa ser vivida inteiramente, para que a pessoa possa continuar seguindo em frente. Mais uma vez obrigada por fazer parte desse grupo de amor que nos ajuda a viver tudo isso de uma forma mais serena.
ResponderExcluirObrigada pelo carinho de sempre, te amo!
Beijos, e fique com Deus!
Oi Rodrigo,
ResponderExcluirobrigada por sua participação tão esclarecedora em nosso blog.
Quando nos referimos em "chorar e manifestar o seu sentimento", estamos no fundo falando disso que vc citou: "O que quer que a pessoa sinta tem que ser colocado para fora, e isso será terapêutico." ou " O que for experimentado no mundo íntimo, isto sim, deve ser extravasado, incluindo a raiva, a ira,etc.", temos tido muita experiência com exemplos desse tipo.
obrigada mais uma vez,
abs
Zelinda querida,
ResponderExcluirGostei do seu texto, muito bom... a cada dia aprendemos um pouco mais a lidar com a dor da perda dos nossos queridos. Concordo com você, viver o luto é importante e se faz necessário, para que possamos ultrapassá-lo pois, caso contrário, podemos sofrer sérias consequências no futuro, como ter uma depressão profunda ou até mesmo outras patologias mais graves.
Obrigada pelo post esclarecedor, sempre aprendo muito aqui.
Agradeço e retribuo seu carinho... muito feliz, senti o seu abraço apertado, outro pra você, minha amiga querida!
Que a luz de Jesus ilumine seu caminho, hoje e sempre!
Um beijo.