Tristeza ou Depressão

by zaana


Este estado de agitação é mais forte cerca de duas semanas após a morte, e é geralmente seguida por tristeza ou depressão, reclusão e silêncio. Estas mudanças súbitas de emoção podem parecer confusas para amigos ou parentes, mas são partes da trajetória normal do luto. 

Na medida em que a inquietação ansiosa diminui, os períodos de depressão tornam-se mais freqüentes e atingem o seu auge entre quatro e seis semanas mais tarde. Crises de aflição podem ocorrer a qualquer momento, comumente desencadeadas por pessoas, lugares ou alguma coisa capaz de mobilizar lembranças da pessoa morta. 

Normalmente as pessoas enlutadas podem surpreender as outras quando, de repente, explodem em lágrimas sem uma razão imediata aparente. Nesta fase, pode ser indicado manter a pessoa em luto afastada de outras que não a compreendem ou compartilham do sofrimento. 

Tem sido considerado benéfico tentar voltar às atividades normais após duas semanas. Quando isso não acontece pode aparecer aos outros que a pessoa enlutada passa muito tempo sentada, quieta e sem fazer nada. Essa apatia e desinteresse refletem, na verdade, pensamentos recorrentes sobre a pessoa perdida. 

Com o passar do tempo, o sofrimento do luto feroz cede e começa a dissipar-se. Diminuem os sintomas depressivos e a pessoa sente ser possível começar a pensar em outras coisas, a olhar novamente para o futuro. No entanto, a sensação de ter perdido uma parte de si mesmo costuma demorar muito tempo ainda ou nunca desaparecer totalmente. 

Estas diferentes fases do luto, muitas vezes se sobrepõem e se mostram de maneiras diferentes em pessoas diferentes. A maioria se recupera de um grande luto dentro de um ou dois anos. A fase final do luto é um "abrir mão" da pessoa que morreu e início de um novo tempo de vida. A depressão pode desaparecer completamente, o sono e a energia voltam ao normal. Sentimentos e funções sexuais podem ter desaparecido por algum tempo, mas voltam nesta fase final. 

Mesmo considerando a fisiologia dessas fases do luto, isso não quer dizer que haja um modelo “standard” de luto. As pessoas são diferentes e diferentemente reagem à vida, tanto nos momentos bons como nos sofrimentos. 
Também as pessoas de variadas culturas lidam com a morte de maneiras distintas. Desde a pré-história nossos ancestrais vêem lidando de maneiras diferentes com a morte nas mais diferentes épocas e culturas. Ao longo dos séculos as pessoas em diferentes partes do mundo elaboram suas próprias cerimônias para lidar com a morte. 

Em algumas comunidades a morte é vista apenas como uma etapa de um ciclo contínuo e não como um 'ponto final' da existência. Os rituais e cerimônias de luto tanto podem ser de natureza pública e demonstrativa, como privados e íntimos. Em algumas culturas o período de luto é fixo, em outras não se reconhece um tempo determinado, mas de qualquer forma os sentimentos vivenciados pelas pessoas enlutadas podem ser semelhantes nas mais diferentes culturas. Não se deve confundir a qualidade desses sentimentos relativos às perdas, muito semelhantes entre os seres humanos, com suas mais diversas formas de expressão. 

Ballone GJ - Lidando com o Luto - in. PsiqWeb, Internet - disponível em http://www.psiqweb.med.br/, 2010.
lido no blog Casulo

Comentários

  1. Olá Zelinda querida! Esse texto é muito interessante, realmente cada um vive o luto de uma maneira, apesar de algumas semelhanças, as pessoas tem maneiras diferentes de encarar esse difícil período. Acho que isso depende muito da criação que a pessoa teve, do apoio que recebeu no momento de dor, e também da religião ou crença que a pessoa tem. Querida mãezinha do coração, obrigada pelos lindos e-mails que sempre manda pra mim, demoro um pouco mas leio todos! Tenho estado muito no facebook, tem muitas páginas sobre apoio ao luto, mães que perderam seus filhos, etc...que tal vocês compartilharem as postagens deste blog também no facebook, ou criarem uma página do ASDL? Tenho certeza que ainda mais pessoas seriam ajudadas e consoladas com as lindas mensagens que vocês colocam aqui! Fica a sugestão!
    Beijos querida,e fique com Deus!

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  2. Olá querida Zelinda,
    Obrigada por partilhar esse texto enriquecedor! Precisamos continuar na luta, e acreditar em nossas forças, para não chegarmos ao fundo do poço. Devemos reinventar nossa vida a cada dia, inovar sempre, buscando novos caminhos para podermos seguir adiante.
    Amiga, respondi seu e-mail, não sei se vc já leu. Que bom que você gostou do vídeo que postei, realmente é emocionante, um aprendizado para todos nós. E é claro que sim, esteja à vontade para postar aqui e compartilhar com seus amigos. Fico feliz, é muito gratificante quando podemos nos ajudar mutuamente.
    Beijos, e que seus dias sejam sempre iluminados!

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