
Elegia do amigo morto “Foram-se os bons, os ternos, os belos, mas eu não me conformo”, foi o que, citando livremente, lembro-me que disse que uma poeta americana, Sarah Teasdale, que estudei nos tempos da faculdade. Recentemente foi reeditado um livro meu sobre o assunto, O Lado Fatal, e comecei a receber e-mails de leitores que passaram por essa dura, incompreensível experiência: alguém que amamos, ou conhecíamos, deixou de existir. Não ouviremos seu passo no corredor, sua voz ao telefone, não teremos longas conversas, não nos reuniremos em grupos de amigos, não contaremos façanhas ou fofocas ou queixas, não trocaremos e-mails. O endereço eletrônico inútil ainda nos espreita no computador, o que fazer? Deletar como se a gente deletasse uma vida? Esta coluna é uma homenagem, não só a um velho amigo que se foi recentemente, como todas as pessoas queridas que perdi. Homenagens não trazem ninguém de volta, mas talvez ajudem a nós, os que ficamos, a curtir mais, e melhor o que t...