A morte e o amor



No Dia de Finados, resgatemos a memória dos que morreram, dos que estão desaparecidos ou dos que estão distantes.


"Dia 2 de novembro, um dia que os vivos dedicam aos mortos. A explicação? A necessidade que o ser humano tem de ritualizar. E o que podemos dizer disso? Que é muito bom, mesmo. Ritualize. Homenageie. Celebre aquela vida partilhada, aquele amor vivido. Isso mesmo, celebre o tempo que passaram juntos. Vivifique, faça valer. E se tiver saudade… pode chorar. Quanto a ir ou não ao cemitério, mais uma vez, não há uma resposta pronta, não há certo e errado. Se isso te faz sentir-se homenageando a pessoa amada, vá, sem problemas. Se não faz sentido pra você, tudo bem. Faça outro tipo de homenagem, mas faça alguma coisa, ainda que simples, que só você sabe o que significa, como escolher uma roupa especial, uma comida especial, enfim, fica a seu critério. O rito é seu. E não precisa, necessariamente, ser religioso, a não ser, insisto, que faça sentido para você." // Adriana Thomaz, M. D. //


Você não precisa explicar o seu ritual pra ninguém - explique-o apenas se você quiser. De qualquer modo, permita-se fazê-lo do seu coração.

O seu luto é um processo muito particular, muito individual. Nesse dia 2 de novembro, busque fazer a sua conexão consigo mesmo, com os que morreram e com os que estão ausentes e não estão ao alcance das mãos - seja pelo trabalho, seja pela distância física, seja porque estão desaparecidos. No seu coração, dentro dele, mantenha seu vínculo com os ausentes.


Meu abraço demorado.
Cordialmente,
Rodrigo Luz
Membro da Academia Nacional de Cuidados Paliativos
Membro da ALCP, da SBPO e da IAHPC
Conselheiro dos Amigos Solidários na Dor do Luto - RJ


"Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido. O sentido de vida difere de pessoa para pessoa, de um dia para o outro, de uma hora para outra. O que importa, por conseguinte, não é o sentido da vida de um modo geral, mas antes o sentido específico da vida de uma pessoa em dado momento. Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá. Afinal de contas, o sofrimento faz parte da vida, de alguma forma, do mesmo modo que o destino e a morte. Aflição e morte fazem parte da existência como um todo. Precisamos aprender e também ensinar às pessoas em desespero que a rigor nunca e jamais importa o que nós ainda temos a esperar da vida, mas, sim, exclusivamente, o que a vida espera de nós." [Viktor Emil Frankl, In: "Em Busca de Sentido"].





Só a morte põe fim seguro
Às dores e aflições da vida.
A vida, porém, temerosa,
Tudo faz para adiar esse encontro.

É que a vida vê da morte
Apenas a mão sombria
E fecha os olhos à luzente taça
Que a mesma morte lhe oferece.

Assim também foge do amor
O coração apaixonado,
Receoso de um dia morrer
Da mesma paixão por que vive.

Lá onde nasce o verdadeiro amor
Morre o “eu”, esse tenebroso déspota.
Tu o deixas expirar no negror da noite
E livre respiras à luz da manhã.


 Poema Rumi: A morte e amor 

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