Vida Simples
Como superar a dor da perda
A dor da perda atinge a todos nós, mas há diferentes maneiras de reagir e de se recuperar.
Conheça algumas delas
Publicado em 14/10/2010
Liane Alves
Seja a perda
de um amor, de um trabalho, da saúde ou da autoestima, o fato é que às vezes
nos encontramos diante da dor inexorável de quem perdeu. E esse sentimento pode
nos afetar profundamente. A sabedoria, porém, está em saber que há diferentes
maneiras de viver e reagir diante da perda, e ao doloroso período que a segue.
Reação à perda
Muitas vezes
as perdas causam um sofrimento não proporcional a seu tamanho: uma perda boba
pode nos chacoalhar sem dó nem piedade, enquanto podemos passar batidos por algo
que deveria nos derrubar no chão. Isto é, elas também dependem de nós. "A
reação àquilo que perdemos está sujeita ao histórico anterior da cada um",
diz o neuropsiquiatra francês Boris Cyrulnik ao analisar o sofrimento gerado
por traumas e choques.
Ele também
diz que as pessoas que reagem bem às pequenas perdas (com um alto índice de
resiliência, ou capacidade de voltar a seu estado normal) são as que mais bem
se recuperam diante de um caso mais grave. Portanto, procurar elaborar as
perdas menores do cotidiano pode nos preparar para acontecimentos mais
difíceis.
Colocando para fora,
falar sobre a própria dor, desabafar, é muito
importante. "É o começo da recuperação", afirma Cyrulnik.
"Verbalizar
torna a pessoa mais consciente do que aconteceu. Nesse processo, ela pode
compreender melhor a situação e ultrapassá-la".
Nesse momento, porém,
podemos entrar em contato com uma raiva que escondemos até de nós mesmos.
"Quando uma pessoa perde um companheiro de muitos anos, por exemplo, ela
pode se sentir abandonada - e com raiva de quem partiu". afirma a
psicóloga junguiana Mônica Giacomini. Essa raiva, não manifestada, passa então
para o inconsciente. "Enquanto não a elaborarmos, torna-se difícil iniciar
um processo de recuperação", diz Mônica.
E o período de luto não acontece
só por uma pessoa que morreu, mas também por uma relação amorosa que acabou,
por uma demissão que gerou uma sensação de incapacidade e outras situações.
"A perda da autoimagem e do amor, por exemplo, é capaz de gerar um luto tão intenso quanto a morte", diz Mônica. "Enquanto rejeitar a si mesmo e o que aconteceu, a pessoa vai projetar essa mesma rejeição nos outros. Para ela, ninguém será capaz de aceitar algo que ela mesma tem dificuldade de assimilar", diz Mônica. A recuperação inclui utilizar recursos criativos que permitam assimilar a dor e desenvolver maneiras de superá-la. A libertação - "As perdas mais comuns pertencem ao universo do ter, àquilo que eu penso que é meu: pessoas, inclusive" - , diz o médico homeopata Adair Zan.
Esse sentimento pode se tornar muito possessivo e gerar um enorme sofrimento. "Não é sábio marcar a vida, ou o amor, em territórios delimitados. É uma ilusão pensar que somos capazes de mantê-los a qualquer custo". Ele também lembra que a noção de que o destino foi injusto pode agravar a sensação de dor. É o caso, digamos, da traição ou de uma demissão arbitrária. "A diferença é que, no exemplo corporativo, a assimilação é mais fácil. O funcionário é que foi demitido, não a pessoa. Já na traição, a dor é pessoal, carregada de peso cultural", afirma Zan. O médico acredita que, por meio de uma reflexão verdadeira, é possível chegar a um novo equilíbrio.
"A perda da autoimagem e do amor, por exemplo, é capaz de gerar um luto tão intenso quanto a morte", diz Mônica. "Enquanto rejeitar a si mesmo e o que aconteceu, a pessoa vai projetar essa mesma rejeição nos outros. Para ela, ninguém será capaz de aceitar algo que ela mesma tem dificuldade de assimilar", diz Mônica. A recuperação inclui utilizar recursos criativos que permitam assimilar a dor e desenvolver maneiras de superá-la. A libertação - "As perdas mais comuns pertencem ao universo do ter, àquilo que eu penso que é meu: pessoas, inclusive" - , diz o médico homeopata Adair Zan.
Esse sentimento pode se tornar muito possessivo e gerar um enorme sofrimento. "Não é sábio marcar a vida, ou o amor, em territórios delimitados. É uma ilusão pensar que somos capazes de mantê-los a qualquer custo". Ele também lembra que a noção de que o destino foi injusto pode agravar a sensação de dor. É o caso, digamos, da traição ou de uma demissão arbitrária. "A diferença é que, no exemplo corporativo, a assimilação é mais fácil. O funcionário é que foi demitido, não a pessoa. Já na traição, a dor é pessoal, carregada de peso cultural", afirma Zan. O médico acredita que, por meio de uma reflexão verdadeira, é possível chegar a um novo equilíbrio.
Enxergar sua
responsabilidade num processo de separação também é curativo. "O ideal é
que o namorado ou o cônjuge pudesse um dia sentar e conversar com o ex-parceiro
sobre isso, para chegar às verdadeiras causas do rompimento. Como é bem difícil
isso acontecer, podemos traçar esse caminho com a ajuda de um terapeuta",
avalia.
Pausa para o recomeço
Quando uma situação ou um ciclo acaba, é preciso reconhecer que algo mudou e que a vida não será a mesma.
"Precisamos de um tempo para voltar a pulsar de maneira plena, com energia suficiente para fazer frutificar novas ideias ou formas de se relacionar.
Quando deixamos um ciclo de fato se encerrar, sem pressa, conseguimos voltar à vida mais íntegros", afirma a psicoterapeuta Sandra Taiar. Ao conseguir empreender essa tarefa, estaremos prontos para superar a dor e juntar forças a fim de encarar as inevitáveis mudanças geradas pela perda. Nesse ponto de reconciliação com a vida, os danos gerados por ela já serão mais administráveis. E a compreensão de que há uma maneira mais sábia de passar pelo sofrimento pode nos ajudar muito.
Pausa para o recomeço
Quando uma situação ou um ciclo acaba, é preciso reconhecer que algo mudou e que a vida não será a mesma.
"Precisamos de um tempo para voltar a pulsar de maneira plena, com energia suficiente para fazer frutificar novas ideias ou formas de se relacionar.
Quando deixamos um ciclo de fato se encerrar, sem pressa, conseguimos voltar à vida mais íntegros", afirma a psicoterapeuta Sandra Taiar. Ao conseguir empreender essa tarefa, estaremos prontos para superar a dor e juntar forças a fim de encarar as inevitáveis mudanças geradas pela perda. Nesse ponto de reconciliação com a vida, os danos gerados por ela já serão mais administráveis. E a compreensão de que há uma maneira mais sábia de passar pelo sofrimento pode nos ajudar muito.
LIVROS
O Ano
do Pensamento Mágico, Joan Didion, Nova Fronteira
Parabéns, Zelinda, pelo grande serviço que você presta à humanidade!
ResponderExcluirVida longa e sucesso, sempre!
Obrigada amiga.
ExcluirProcuramos fazer o melhor e ouvir os nossos corações e estar sempre pronta para ajudar e acolher essas pessoas que estão vivendo essa dor tão profunda a dor do luto da alma..
Vc também faz esse programa Nossa Historia, com informações para a nossa comunidade..
Um final de semana com muita Luz junto com seus familiares...
Um abraço carinhoso...
Querida Zelinda, passando apenas para dizer que venho visitar seu espaço com o tempo e atenção que ele merece. Agradecendo pela sua abençoada visita, deixo o sorriso de um anjo colorido no seu olhar, uma flor perfumada na sua alma, e um doce beijo do meu para o seu coração,
ResponderExcluircom o maior carinho do mundo,
Helena
Oi Helena ...
ExcluirEstou feliz com a sua visita .
Obrigada pelas palavras tão cheias de energia e sabedoria, espero que esse anjo colorido faça morada em seu coração..
Um final de semana com muita Luz..