Ainda do livro: Dizendo Adeus...



Epílogo

Conta-se que um rio nasceu no alto de uma enorme montanha
e iniciou a sua jornada.
Foi descendo pela encosta e pouco a pouco foi crescendo,
aumentando-se de volume. Projetou-se numa maravilhosa
cachoeira e atingiu o sopé da montanha.
Foi abrindo passagem entre as árvores e pedras, algumas mais facilmente,
outras com dificuldades.
Admirava-se, ora de sua força, ora de sua habilidade para contornar obstáculos.
E crescia. Passou por planícies e por áreas ressecadas. Umedeceu-as, dando-lhes
condições de acolher as sementes para florescerem e darem frutos.
Matou a sede da terra, de povos, de animais e de pássaros.
Conheceu outras correntes de água e as reuniu em si, tornando-se
maior e mais fecundo. Os peixes multiplicavam-se em suas águas.
Era feliz!
Certo dia porém foi despertado para uma realidade: seu caminho
seguia, inexoravelmente em direção ao mar.
Chegaria o momento em que iria penetrar nele e, assim pensava,
desaparecer para sempre.
Pensou num meio de fugir dessa realidade. Mas não havia como
saltar sobre o mar, nem tão pouco voltar atrás. Os rios não voltam.
Ao fazer uma grande curva, avistou o mar. Era enorme, parecia não
ter fim. Teve medo.
Contudo, percebeu que esse era o seu destino. E, temeroso,
porém confiante, fez a sua última descida.
Entrou no mar.
Descobriu então a grande verdade: entrar no mar não é
desaparecer, e sim tornar-se parte dele.
O pequeno rio tornou-se parte do mar. Junto com tantos outros
rios que haviam chegado de todos os cantos do mundo.
Agora ele ja não era só. Era parte de um todo, onde, de mãos
dadas, todos eram UM.
Desapareceu como rio, renasceu como mar!

Evaldo A. D'Assumpção

Comentários

  1. Olá Zelinda querida,
    Que texto lindo e muito interessante! Uma analogia perfeita da vida, da nossa existência neste mundo, que nos ensina a prosseguir nesta jornada sem desanimar. Uma grande lição mostrando-nos de forma muito sábia, clara e positiva como direcionarmos nossa caminhada aqui na Terra, e assim, termos um pleno e feliz retorno à nossa pátria de origem, que é o mundo espiritual... e finalmente, o tão esperado reencontro com os nossos amados, pois a separação é temporária, um dia estaremos todos juntos de novo.
    Que Deus continue guiando nossos passos para que possamos chegar exatamente onde Ele quer que cheguemos!
    Ando muito desanimada amiga, às vezes parece que não vou suportar a saudade e a ausência da minha filhota.

    Um grande abraço para ti... e obrigada pelo carinho e pelo teu bonito comentário. Adorei!
    Beijosss

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  2. OI amiga...
    Vc sempre muito carinhosa e atenciosa para comigo e o grupo...
    Hoje estou muito triste com o falecimento da Ana Flávia reze por essa famila amiga..
    Com carinho...

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