A lição da culpa

Há alguns anos, Sandra ficou encantada quando Sheila, sua melhor amiga, convidou-a para ser dama de honra em seu casamento. No dia, Sandra foi em seu carro novo buscar a noiva para levá-la à igreja.
Estava chovendo e Sandra estacionou na garagem aberta do prédio de Sheila. A dama de honra ajudou a noiva a carregar para o carro as roupas que iria trocar depois da cerimônia e a bagagem da lua-de-mel. Sandra estava prestes a se sentar no banco do motorista quando Sheila disse: “Quero dirigir”
“Você não pode ir dirigindo pra seu próprio casamento!”
“Por favor, insistiu Sheila. “Isso vai me distrair e evitar que eu fique pensando em um milhão de coisas, inclusive que o sol decidiu não comparecer ao meu casamento.”
Sandra concordou e lá se for am elas. Percorreram os poucos quilômetros até a igreja enfrentando um verdadeiro temporal. De repente, o carro derrapou, Sheila perdeu o controle da direção, o carro bateu em um poste e a noiva morreu instantaneamente. Sandra quebrou alguns ossos, mas sobreviveu. Ou seja, sobreviveu fisicamente. Sua psique, no entanto, focou gravemente ferida.
Até hoje, vinte anos depois, Sandra é atormentada pelo que aconteceu naquele dia. “Se ao menos eu estivesse dirigindo”, queixou-se ela, “Sheila ainda estaria viva.” 
Fiz algumas perguntas a Sandra enquanto conversava com ela. “Você tem certeza absoluta de que Sheila teria sobrevivido se você estivesse na direção? Você sabia que ia acontecer um acidente? Você sabia que ela ia morrer? Você sabia que iria sobreviver e ela não?” a resposta a todas essas perguntas foi não. 

“Não, mas eu estou viva e ela morreu!”

Estava claro que Sandra ainda era incapaz de se livrar da culpa. Perguntei: “Se as coisas tivessem acontecido ao contrario e você tivesse morrido, o que você gostaria que Sheila lhe dissesse? Em outras palavras, se em vez de você, fosse ela que estivesse aqui, e você pudesse falar com ela, o que lhe diria? Se você visse sua amiga, décadas depois, ainda atormentada pela culpa, o que você lhe diria a respeito do acidente?”
Sandra levou um minuto para realmente se colocar no lugar da amiga. 

“Eu diria: era eu que estava dirigindo, e eu era responsável pelas minhas decisões. Ninguém me obrigou a dirigir e ninguém poderia ter me impedido. Era o dia do meu casamento e eu não teria aceito um não quando disse que queria dirigir”. Os olhos de Sandra se encheram de lagrimas e ela continuou: “Eu diria: Não foi sua culpa. Aconteceu. Não quero que você desperdice a sua vida se sentindo culpada”. 

fonte: grupo casulo

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