A dor do luto
O luto carrega em si a dor, viver é estar em constante luto e elaboração do mesmo. Essa elaboração é a ponte que nos leva da dor ao prazer.
Luto é aprendizagem, é experiência. O luto nos torna humanos, que sabemos, somos mortais. Portanto, a morte é nossa fiel amiga e não podemos fugir dessa fidelidade. Ela pode ser ludibriada, ser postergada, atrasada, mas nunca deixará de vir ao nosso encontro, como disse ela é fiel e cumpre o que promete, cedo ou tarde.
Ela nunca deixa de estar presente, para nos mostrar como num espelho, nosso corpo a todo tempo desnudado pelo real. O real é a própria morte, são as perdas, os fracassos, as decepções, as frustrações, as amputações do desejo. Entretanto, o real nos pega mesmo a contra gosto, e por vezes nos mostra exatamente o contrário, que tudo tem um fim, que tudo isso não passa de um conto de fadas. O castelo de cartas cai por terra. Dor, sofrimento, luto.
A elaboração do luto é a aceitação da realidade tal como ela é, nua e crua. É aprender a viver com a ausência, com uma perda, buscando algo novo que nos vá preencher. Nunca é claro, o mesmo preenchimento, apenas um novo. O luto é da morte, não da vida. O que morre são partes de nós, o todo continua vivo. Assim como, a cada dia milhares de células morrem em nosso corpo, porém, milhares nascem para manter o todo nas melhores condições possíveis, e pelo maior tempo possível.
Por Odair José Comin
Artigo publicado na Revista Psicologia Brasil
Nº 15 - Novembro de 2004.
Por Odair José Comin
Artigo publicado na Revista Psicologia Brasil
Nº 15 - Novembro de 2004.
Leia a matéria na íntegra clicando aqui.
Essa elaboração do luto é realmente difícil, mas temos que tentar, dia após dia, a conviver com a dor, e quem sabe tirar algum aprendizado dela.
ResponderExcluirBeijos, e uma boa semana!